terça-feira, 23 de abril de 2013

LN registra aumento de 77,33 por cento de casos de dengue



Na região, Caraguá está em epidemia e Ilhabela está chegando perto.
Thereza Felipelli

O número de casos de dengue contabilizados no Litoral Norte continua gerando preocupação aos setores de saúde das quatro cidades. Até a última quarta-feira, foram confirmados 1.651 casos da doença nos municípios de São Sebastião, Caraguatatuba, Ilhabela e Ubatuba, registrando um aumento de 77,33%, comparado aos 931 casos registrados até a primeira semana de abril. As cidades onde a situação é mais problemática são Ilhabela (que aumentou de 202 para 625 casos em duas semanas) e Caraguatatuba, que tem 458 casos confirmados. 

Na ilha, foram notificados 1.400 casos, sendo 418 negativos e 357 aguardando resultado. A última Avaliação de Densidade Larvária (ADL) realizada pela equipe do Plano de Intensificação de Ações de Controle da Dengue (PIACD) na cidade mostrou que o índice geral do município referente ao mês de janeiro estava em 6,8 pontos, classificação considerada como de risco pelo Ministério da Saúde. Até o momento não foi registrada a presença do vírus tipo 4 no município, tão pouco houve registro de morte causada pela doença. 

Segundo a prefeitura, o número de casos atingiu o coeficiente máximo de amostras positivas preconizado pelo Ministério da Saúde, portanto foi adotado o critério clínico epidemiológico para fechamento dos casos, ou seja, não está sendo mais realizada a sorologia, todos os casos suspeitos que tiverem clínica compatível com a doença vem sendo considerados como positivos, sobretudo quando os pacientes residem ou trabalham em bairros onde já existam casos positivos.

No arquipélago, a Secretaria de Saúde vem desenvolvendo durante todo o ano trabalhos de conscientização quanto à importância de eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti. Os agentes do PIACD realizam ações casa a casa; pesquisa de ponto estratégico (monitoramento de locais considerados como porta de entrada, como cemitério, depósitos, borracharias, entre outros); bloqueio e controle de criadouros; arrastão e avaliação de densidade larvária (vistoria e coleta de larvas em imóveis de uma determinada área onde é avaliado o índice de infestação). Os profissionais de saúde também passam por constantes treinamentos.

A prefeitura tem promovido “Arrastões contra a Dengue”, realizados pela Secretaria de Saúde, por meio da equipe de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e da equipe de Agentes de Campo de Endemias do PIACD, e da Secretaria de Serviços Públicos, com a equipe de Limpeza Pública.
Todas as ações de controle estão intensificadas, principalmente, nas regiões que apresentaram mais casos de dengue, para tentar conter o avanço da doença na cidade. Os bairros que tem apresentado maior índice de casos e nível de infestação são: Barra Velha, Itaquanduba e Água Branca. 

Caraguá
Em Caraguatatuba, segundo informações do Centro de Controle de Zoonoses e Vigilância Epidemiológica, de janeiro até o último dia 16 foram notificados 1.787 casos suspeitos da doença, sendo destes 458 positivos e 289 negativos.

Na cidade, a ADL está em 3,9. O último levantamento foi feito em janeiro deste ano. A Superintendência de Controle de Endemias de São Paulo (Susem) determina que as próximas avaliações sejam realizadas em julho e outubro. O vírus tipo 4 da dengue não foi localizado no município e nenhuma morte foi registrada.
Dentre as principais ações desenvolvidas pelo Governo Municipal, por meio da secretaria de Saúde, estão Operações Cata-Treco, Controle Mecânico e Químico; visitas aos pontos críticos (locais difíceis de serem trabalhados pela resistência dos moradores), vistorias em imóveis especiais (com aglomeração de pessoas, tais como escolas, Unidades Básicas de Saúde (UBSs), igrejas) e nos pontos estratégicos (locais com acúmulo de criadouros, como ferros velhos, depósito de material de construção e borracharia). Além disso, as equipes de combate à Dengue também realizam palestras e trabalhos junto às escolas, igrejas e comunidade. 
O maior número de casos da doença concentra-se na região Norte, especialmente nos bairros Casa Branca, Olaria e Martim de Sá. A principal dificuldade é que 80% dos criadouros estão dentro das casas, podendo ser removíveis pelos próprios moradores.

São Sebastião
A cidade registrou, até o meio da semana passada, 2.039 notificações, das quais 279 são positivas. A média da densidade larvária atual é de 6,4. Na cidade, um levantamento da Secretaria de Saúde indica que o bairro com o maior número de casos positivos é Barequeçaba, onde as ações de combate ao mosquito transmissor foram intensificadas na última semana. Ainda existem as ações de vistoria de residência de veraneio, a partir de uma liminar da justiça que permite a entrada dos agentes em casas que apresentem indícios de criadouro, mas que não são ocupadas regularmente.

Equipes da Ecopav também percorrem o bairro para a retirada de podas de plantas e entulhos deixados em locais irregulares e/ou fora dos dias de coleta regular das podas. “Pelo bairro todo é fácil encontrar pontos de descarte irregular de podas que se tornam depósito de lixo, pois moradores jogam toda espécie de material como copos, isopores, marmitex, vasilhas plásticas, garrafas, enfim, objetos que facilmente acumulam água, ambiente propício para criadouro das larvas do mosquito da dengue”, esclareceu Denise Aparecida Leopoldino, coordenadora do programa municipal de Controle e Combate à Dengue.

Ubatuba
Em Ubatuba, de acordo com dados atualizados em 16 de abril, de janeiro a abril foram 1.964 casos notificados ao todo e 289 confirmados, segundo a Vigilância Epidemiológica. Os bairros onde o número de casos é maior são Ipiranguinha (73 casos); Itaguá (36); Centro (57), Estufa II (14) e Perequê-Açú (12).
Na cidade, o Centro de Saúde está com as portas abertas das 8 às 17 horas de segunda a sexta, com uma equipe destinada especificamente para o atendimento aos casos suspeitos. No local, também é possível fazer a coleta de hemograma para controle. Além do Centro de Saúde, os PAs Maranduba (Sul) e Ipiranguinha (Oeste) também estão coletando o hemograma e realizando primeiro atendimento aos sintomáticos de dengue.

Estado 
Segundo dados até dia 18, pelo menos 22 pessoas já morreram em decorrência da dengue no Estado de São Paulo. São José do Rio Preto, Santos, Guarujá, São Vivente, Praia Grande, Ribeirão Preto e Barretos estão entre as cidades com maior incidência de dengue.

Fonte: Imprensa Livre - Litoral Norte

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